natalia

sábado, 28 de agosto de 2010

Da série: psicose reflexiva


Não sei onde foram parar aquelas minhas fantasias adolescentes sobre o amor. Acho que elas foram se despedaçando e indo embora junto com cada uma das pessoas que - perdoem-me pelo clichê piegas - partiram meu coração.
E o mais ridículo é que mesmo sabendo que elas não passavam de fantasias adolescentes, no fundo eu ainda espero que alguém apareça e me diga "ei, olha o que eu achei na rua, suas fantasias adolescentes; quer de volta?"





INXS, Beautiful Girl.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Like a virgin


Sou uma retardada afetiva. Dei meu primeiro beijo aos quinze anos, até hoje nunca namorei sério e, se continuar nesse ritmo, estarei casada em 2050. Não que seja esse meu objetivo na vida. Me contento em achar alguém com quem não precise ser psicótica o tempo todo - só de vez em quando, pra não perder a prática.
Mas apesar do meu considerável atraso, estou longe de ser aquela menininha estranha e B.V. (expressão que se usava na minha época - sim, eu tenho uma época), de cabelos desordenados e aparelho nos dentes. Hoje em dia minhas inseguranças são um pouco mais complexas. Ok, mentira. Minhas inseguranças são patéticas e dignas de pena, mas se tem uma coisa que eu faço sem medo é beijar. Quer dizer, já beijei com uma porção de sentimentos equivocados, incluindo nojo e piedade. Insegurança jamais.
Pelo menos era o que eu achava, até me dar conta de que teria que gravar uma cena de beijo pra série "Adorável Psicose". Claro que eu sabia da existência dessa cena, fui eu que escrevi. Mas a ficha só caiu outro dia, durante uma leitura com o ator beijador.
Como se beija em cena?, pensei, enquanto passava o texto. Devo ter ficado vermelha várias vezes e olha que o cara nem sequer estava perto de mim. Pela primeira vez em muito tempo, me senti insegura como aquela garota de quinze anos que nunca tinha dado um beijo na vida.
E fiz exatamente o que uma adolescente faria. Saí perguntando aos amigos mais experientes: "Como se beija em cena? As pessoas beijam beijam? Quais são os limites?"
Só que ninguém me levou a sério e até agora não ouvi uma resposta que fosse minimamente esclarecedora. Na pior das hipóteses, vou fazer o que eu fiz quando dei meu primeiro beijo real: confessar minha inexperiência para o cara e torcer pelo melhor.
Por via das dúvidas, levarei um Trident na bolsa.

sábado, 21 de agosto de 2010

Apareça!


Você manda um torpedo pro cara com quem saiu algumas vezes, só pra dar um oi, deixar claro que apesar do seu eventual sumiço você está ciente da existência dele. Mas aí o sujeito responde o seu "oi" simpático e atencioso com um "Espero que esteja tudo bem. Apareça."
Nada contra ele esperar que esteja tudo bem. Aliás, ainda bem! Já pensou se ele mandasse um "espero que esteja tudo mal"?
Mas qual é o desse "apareça"?
Sim, eu ando sumida, trabalhando feito uma escrava sadomasoquista corna, isolada do convívio social há dias. Mas, poxa. "Apareça"? O que isso quer dizer? Será que "apareça" é equivalente ao "a gente se vê"? Tipo, "se acontecer da gente se encontrar por aí, beleza, senãão... fique bem, fique em paz, saúde pra você, tá, querida."
Será então que, quando ele disse pra mim "apareça", o que ele realmente quis dizer foi (des)apareça?
Ou será que, muito provavelmente, ele não quis dizer nada específico? Que ele só foi lá e respondeu meu "oi" simpático e atencioso sem dar a menor atenção às palavras que digitava, como os homens costumam fazer, ignorando o fato de que, segundos depois, uma psicótica igual a mim daria início a uma série de especulações sobre o verdadeiro significado das coisas absolutamente insignificantes.
Nota mental: (cresça e) apareça, Natalia.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Feliz sexta-feira 13!


Agora já posso contar!

Senhoras e senhores, leitores psicóticos, após muitas reviravoltas, eis o que todos (eu, minha mãe e minha tia-avó) esperavam:

"Adorável Psicose", a série, estreia em outubro no Multishow!

Tô tão feliz que mal caibo em mim. E olha que eu tenho 1,78m, era pra ter espaço...

Está sendo uma correria louca pra deixar tudo pronto, por isso não estarei tão presente nas próximas semanas.

Mas tô na área! E mais psicótica do que nunca!

Beijocas animadas!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

TOP 5 - Adorável Psicose


Adoráveis psicóticos,

Vocês poderiam me dizer quais são seus cinco posts preferidos? Aqueles que vocês gostariam que virassem episódios?

Aguardo suas respostas!

Estamos trabalhando para melhor esfaqueá-los. Digo, servi-los.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Da série: matemática psicótica


Eu estava explicando ao meu terapeuta que minha paciência para "caras novos" está diminuindo em progressão geométrica.
Considerando a paciência como um número inteiro e não-negativo (apesar dos meus surtos de pessimismo), acho que a sequência seria mais ou menos a seguinte:

\left     (1,\frac{1}{2},\frac{1}{4},\frac{1}{8},\frac{1}{16},\frac{1}{32},\frac{1}{64},\frac{1}{128},\frac{1}{256},...\right)\,\!

Sendo assim, com o passar dos anos, o que deveria ser inteiro e positivo vai se aproximando cada vez mais do zero, do nulo, do porra nenhuma.
Segundo os matemáticos, toda P.G. tem uma razão, uma constante. E é justamente por isso que eu não perco mais meu tempo. Quando saio com um cara novo, vou direto nas constantes.
"Fala logo, qual é a sua? Você acabou de sair de um relacionamento? Não quer se envolver agora? Tem uma ex em outro país? Os três ao mesmo tempo? Você é gay? É casado? É imaginário?"
"Nenhuma das anteriores", o cara responde.
Então eu o encaro desconfiada e concluo que em breve serei apresentada a um novo tipo de razão, ainda não catalogado.

Em termos técnicos, vai tomar no π.


BEYONCÉ, em performance psicótica.
 
Designed by Thiago Gripp
Developed by Márcia Quintella
Photo by Biju Caldeira