natalia

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Trilha sonora


Saudações psicóticas!

Sim, eu ando sumida. Mea culpa, mea culpa.

Quer dizer, mea e dos meos chefes no Multishow, que me encomendaram três episódios a mais pra essa segunda temporada. O que significa um total de 16 episódios escritos por esta psycho-roteirista que vos fala.

Estou dedicando todas as minhas forças a esses roteiros, por isso o blog anda meo largadinho, coitado.

Mas pra não deixar vocês na mão, vou postar aqui algumas das trilhas que me inspiraram a escrever os episódios dessa temporada. É que eu sou super musical. Às vezes uma música me dá uma ideia de uma cena, de uma piada e até de um episódio inteiro.

Aí vão algumas que irão compor a trilha sonora de Adorável Psicose, season two:

Betty Everett - "Shoop Shoop Song"



Barbra Streisand - "Don't Rain on My Parade"



"Fígaro", de "O Barbeiro de Sevilha"



Manfred Mann - "Do Wah Diddy"




Henry Mancini - "Peter Gunn Theme"


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Adorável Psicose - 2ª temporada

Foi dada a largada!

Em maio estreia a nova temporada de Adorável Psicose no Multishow, com 13 episódios inéditos e ainda mais psicóticos.

Aqui vai um resumão da primeira temporada, só para dar o gostinho:

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Para o meu passar


Há mais ou menos um ano, eu voltei a fazer análise. Dentre os vários - VÁRIOS - motivos que me levaram a deixar grande parte do meu contracheque na mão de um homem que passa quarenta minutos por semana me ouvindo reclamar, está um sonho. Não do tipo Martin Luther King. Era só um sonho recorrente que eu costumava ter.
Um belo dia eu abria uma das gavetas do armário e encontrava um gato de estimação que eu não via há anos. Era como se eu o tivesse esquecido ali, sufocado. A sensação era horrível. O gato, ainda filhote, não tinha crescido quase nada, me olhava com ódio. E fazia aquele som detestável que os gatos fazem quando estão prestes a atacar.
Como eu pude esquecer meu gato na gaveta?, eu pensava durante o sonho, que parecia muito real.
Mas foi só durante uma das sessões que a ficha caiu. É claro que no fundo eu já sabia. Meus sonhos são sempre ridiculamente simbólicos. "O gato é você, Natalia", disse o psicanalista. E eu tive um pouco de vontade de chorar. Mas em vez disso, respondi "ah, brigada, são seus olhos".
Então eu me pus numa gaveta?, pensei, cerca de quarenta minutos depois do insight. Mas que parte de mim?, argumentei comigo mesma. Afinal, eu tenho quase 1,80m, não caberia toda lá.
Foi aí que eu me lembrei de uma história que minha mãe sempre conta. Sabe aquela cantiga, "se essa rua fosse minha"? Quando eu eu tinha uns três anos, eu cantava o final errado. Eu esquecia o amor.

Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
Para o meu, para o meu passar.

Eu achava essa história absurda, até que assisti um vídeo de quando eu tinha uns três anos. Cantando essa música. Sem o amor.
Num primeiro momento, isso pode soar meio triste. Mas se você pensar bem, tem lá sua dignidade. Quer dizer, você procura uma rua, faz ela ser sua, manda ladrilhar, e aí os pedreiros não aparecem, então você tem que ladrilhar tudo sozinha, com pedrinhas de brilhante ainda por cima, e tudo isso pra quê? Pro seu amor passar?
Não, amor. Vai procurar a sua própria rua. A gente se vê no cruzamento.
Eu sei o que eu quero desde que eu tinha três anos e cantava errado. Eu nunca sonhei com o amor. Só com o meu passar. Numa rua com pedrinhas de brilhante.
E embora continue fazendo análise, nunca mais tive aquele sonho com o gato na gaveta.
 
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