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Você pode não acreditar, mas existem coisas mais difíceis do que pedir uma tarte tatin depois de duas garrafas de vinho num restaurante francês.
Por exemplo, é muito difícil continuar encarando uma pessoa com dignidade depois que ela entra no banheiro sem bater e te flagra naquela posição de-pé-com-joelhos-semiflexionados-para-não-encostar-no-vaso.
É igualmente difícil ser natural e espontâneo com alguém que sabe que você está interessado. Quando você gosta de um determinado ser humano, ele fica sabendo e você fica sabendo que ele ficou sabendo, o natural é que você volte a ter treze anos, na mesma hora.
O fato é que é quase impossível pronunciar tarte tatin quando se está bêbado sem parecer um gago ou um feiticeiro dizendo as palavras mágicas. Mas é ainda mais difícil pedir desculpas quando se é muito orgulhoso. Mesmo que as desculpas sejam merecidas.
Parece que elas ficam presas em algum tubo defeituoso do encanamento cerebral e lá estacionam, atravancando toda a enxurrada de mil perdões que estava pronta para desaguar pela boca. A mesma boca que se move tão facilmente e solicita de maneira habilidosa, quase cool, uma deliciosa fatia de tarte tatin.