natalia

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Momento "Frankly my dear"


O Momento "Frankly my Dear" é uma homenagem a uma das falas mais célebres da história do cinema. "Francamente, querida, eu não tô nem aí."

E os vencedores da edição de hoje são anônimos. Eles postaram os seguintes comentários sobre o post anterior:
Anônimo disse...
O problema estar em dar. Nunca ninguem vai se apegar a quem dá assim fácil sem nem namorar, eu hein! Que idéia doida!
Anônimo disse...
Se acharam no lixo foi?? Que saem dando pra qualquer a torta e a direita, sem nehum compromisso, nenhuma obrigação. É bem feito, querem a parte boa numa pressa ridicula e depois reclamam. É bem feito.
Segurem essas pererecas loucas!!!!!
Como os autores não se identificaram, só me resta supor que se trata de pré-adolescentes ingênuas, que ainda acham que namorar significa estar imune às inseguranças desse mundo pós-moderno.

Estamos no século 21, amores. As pessoas permanecem juntas porque se gostam, não por causa de rótulos. Namoro não significa nada. Nem muito menos casamento.

E tem mais. Dar antes de assumir um relacionamento é se valorizar sim. (Bom) Sexo é fundamental. Eu que não me arrisco a namorar um meia-bomba inábil!

Portanto, para os autores desses comentários, nosso bom e velho:

"Frankly my dear..."


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

E amanhã também


Tenho ouvido muito uma música chamada "Hey, Soul Sister". Não porque eu gosto, mas porque sempre toca na academia. E, sim, eu ando frequentando uma academia. Chocados? Eu também.
E pior do que passar uma hora da sua vida literalmente sofrendo - é só olhar em volta, naqueles aparelhos medievais de tortura, não tem um só ser humano que não esteja fazendo cara de dor; pior do que aquela maldita série de exercícios - eu tenho certeza de que o tempo na academia passa mais devagar do que no resto do mundo; pior do que a minha obsessão por desinfetar cada aparelho que eu uso; pior do que isso tudo junto ao quadrado... é a música.
Música de academia não foi feita pra ser boa. Não existem concessões no inferno. Se é pra sofrer, então vamos amargar o pior sofrimento já inventado pela civilização, desde o advento da ópera.

Pois bem, tendo esclarecido a questão, voltemos a "Hey, Soul Sister". Que é uma música deveras elucidativa para as mulheres, basta olhar o refrão.

Hey soul sister
I don't wanna miss
A single thing you do
Tonight.

A letra parece fofa e quase nos leva a crer que o eu lírico está apaixonadinho pela moça a quem ele muito singelamente se refere como "soul sister". Mas essa impressão é só para os não iniciados. Psicóticos de verdade detectam a dura verdade por trás dessas palavras.
Sim, ele acha a mocinha incrível e não quer perder nada que ela faça... naquela noite.
Percebem a artimanha?
Quer dizer, o cara fala uma coisa bonitinha e a tal da "soul sister", no auge de seu derretimento sentimental , acaba deixando passar - ou pior, escolhe deixar passar - o elemento mais importante da frase. "Naquela noite".
Sim, ele gosta muito de você, queridona. Sim, você é demais e ele ri das suas piadas. Sim, a noite foi ótima. Essa noite foi ótima. A próxima... não sabemos.
É verdade, eu deveria prestar menos atenção nas letras das músicas e me concentrar mais nos abdominais. E, em geral, eu consigo fazer isso quando toca Shakira ou Lady Gaga. Meu cérebro automaticamente desliga. Mas essa música foi um achado. Me fez rever tudo o que eu sempre pensei dos homens.
Porque quando eles dizem algo equivalente ao que grandiosíssimo vocalista da banda cantou, quando eles nos elogiam ou falam coisas bonitinhas, eles não estão necessariamente mentindo. É tudo verdade, do fundo do coração.
Essa noite.
Amanhã, é possível que a declaração já tenha expirado.
Então, talvez, o certo - ou no mínimo o justo -, seria que esses nobres homens acrescentassem no final de cada frase fofa o binômio "essa noite". Tipo, "você tá linda... essa noite", "tô gostando de você cada vez mais... essa noite", "fica aqui pra sempre ... essa noite."
Né?
Mas em vez de focar neles, talvez devêssemos pensar em por que as mulheres - ou pelo menos a grande maioria delas - têm tanto problema em conviver com o fato de que algumas coisas duram só uma noite.
Talvez pela velha história de que elas se apegam àquilo que sabem que não podem ter, blá, blá, blá...
Ou simplesmente porque seria legal ouvir que alguém não quer perder nada que você faça. Amanhã também.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Da série: rapidinhas da psicótica


A quem interessar possa, um conselho infalível.

Para ser o objeto de desejo de uma mulher psicótica, o alvo de nossas fixações e estratagemas secretos, não é necessário se esforçar. Tudo o que você precisa fazer é nos rejeitar uma vez. E pronto.

Os petulantes sabem disso. Os idiotas fazem sem saber.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Da série: diálogos hipotéticos


"Hipoteticamente, você se casaria comigo?", ele me perguntou, enquanto assistíamos tevê na sala.
"Como é que é a história?", rebati em tom de deboche.
"Você se casaria comigo, hipoteticamente?", repetiu.
"Se eu me casaria com você?"
"Hipoteticamente."
Eu ri, enquanto meu cérebro fazia um milhão de sinapses involuntárias.
"Não sei", respondi. "Hipoteticamente, o que você teria pra me oferecer?"
"Eu sou mais alto que você, pra começar."
"Ok, é um bom começo. Que mais?"
"Eu vou ter uma carreira promissora. Eventualmente."
"Aham."
"Eu posso ter muito dinheiro. Um dia."
"Bom, bom. Eu poderia me casar por dinheiro."
"Né?"
"As pessoas subestimam a necessidade de se ter muito dinheiro."
"Malditas pessoas."
"Quem disse que não traz felicidade?"
"Com certeza alguém que não tem muito dinheiro."
"Recalcados. Se o dinheiro não traz felicidade, ele manda um voucher."
"Um voucher?"
"É. Se você tem um voucher pra felicidade, você só não é feliz se não quer."
"Voucher pra felicidade não é letra de música sertaneja?"
"Não. Aí seria o primeiro avião. E você não pode pegar o primeiro avião sem ter o voucher."
"Ah, o voucher."
"O voucher."
E continuamos a assistir tevê. Estava passando American Dad e o alienígena da família ia ver um show da Barbra Streisand interpretando Celine Dion.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Momento "My Sister, My Daughter"


Dos mesmos criadores do Momento Frankly My Dear...

...Vem aí...

...O Momento My Sister My Daughter.

Diretamente do clássico de 1974, "Chinatown", a cena abaixo mostra a revelação da personagem de Faye Dunaway sobre sua irmã. Ou seria sua filha? Sua irmã, sua filha, sua irmã, sua filha...

Dedicado a todos os indecisos que nos atormentam.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Equação à trois


No último dia de 2010, eu saí pra almoçar com uma amiga de infância que eu já não via há algum tempo. Engraçado porque quando nós éramos crianças, 2011 soava como um futuro muito distante, com naves e telefones que faziam ligações de vídeo. No caso, só faltam as naves.
Mas o fato é que a minha amiga vai casar. A menina com quem eu brincava de Barbie e via "A Pequena Sereia" repetidas vezes. Ela vai por um vestido branco e vai casar. Ela mesma, não uma boneca loura de peitos sem mamilos ou uma sereia ruiva com sutiã de conchas. Está acontecendo de verdade, estamos ficando velhas e casando. Quer dizer, ela está. Eu continuo na mesma, só não brinco mais de Barbie.
Já a minha amiga, vai ter uma bonequinha dela mesma no bolo - se é que as pessoas realmente fazem isso, eu não entendo nada de casamento. Nunca me apeteceu. Só que naquele almoço, não sei o que houve, acho que fui possuída. Minha amiga começou a falar de uns vestidos que eram a minha cara e quando dei por mim já estávamos falando de um casamento pequeno para não mais de cem pessoas.
"Amanda, eu nem tenho namorado", eu disse, pondo fim àquela loucura.
"Mas você tá saindo com alguém?"
"Sim, mas daí até o casamento pequeno para não mais de cem pessoas..."
"Sabe o que você faz? Sai com vários ao mesmo tempo!"
Fiquei encarando minha amiga de infância por alguns segundos, ainda perplexa com aquele comentário. Especialmente vindo dela, uma menina tão doce e de fala tranquila.
"É, de fato tem um outro cara...", lembrei.
"Então! Sai com ele também! Sai com todo mundo!"
"Aí também não, eu tenho princípios."
"Todo mundo é modo de dizer. Mas começa saindo com esses dois."
"Que que é isso? Desespero?"
"Não, pelo contrário. Você fica bem mais leve quando não se fixa num cara só", ela argumentou. O que é bastante irônico para alguém que vai se casar em seis meses.
Então fiz uma breve retrospectiva mental de todos os caras com quem já saí. E a conclusão foi óbvia. Sair com um cara só nunca me trouxe benefícios, muito pelo contrário. De repente tá na hora de testar o outro lado da moeda. Afinal, os homens fazem isso o tempo todo.
"O tempo todo!", confirmou minha amiga.
Mas a verdade é que eu não sei se eu seria capaz. Não pela parte moral da coisa, mas pela logística mesmo. Eu não sou como a maioria das mulheres que consegue falar no telefone, cozinhar e escrever uma tese de mestrado ao mesmo tempo. Quando eu tô no telefone e alguém fica do meu lado fazendo sinais, eu fico extremamente confusa. Que dirá administrar dois homens!
"Você aprende", ela me encorajou.
Só que a questão é bem mais complexa do que parece. Porque eu trabalho de uma maneira organizada, ao menos na vida afetiva. Tem toda aquela coisa dos primeiros encontros, a calcinha certa, os tempos entre cada depilação. Aí se você adiciona um homem extra na equação, fica tudo bagunçado. E eu me sinto falando no telefone com alguém do meu lado fazendo sinais.
Por exemplo, se eu resolvo dar pra um e pro outro ainda não. Como é isso? Não consigo equalizar. Ou eu tô no modo "dando" ou não. E os dias de folga masculina, em que eu posso esquecer de depilar as axilas? E se eu tiver uma observação engraçadinha e sagaz? Eu conto pra quem? Pros dois? Eu vou ser uma daquelas pessoas que repetem observações engraçadinhas e sagazes?
"Não, eu não consigo, eu não consigo!", repeti.
E comecei a falar do meu trabalho.
 
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