natalia

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Guia da Mente Psicótica - Capítulo 3


3 - O que um ex não deve dizer a uma psicótica, caso tenha amor à vida

"Estou feliz por você"

Uma das piores coisas que um ex pode fazer, especialmente se foi ele quem deu o pé na bunda, é dizer que está feliz por você. Porque se o cara te deu um fora, ele simplesmente não tem o direito de estar feliz. Muito menos por você.
Imagine a seguinte cena: você está numa festinha, toda serelepe, saindo com um cara novo e dá de cara com seu ex. Ele te pergunta como vão as coisas, você diz que está tudo bem, tudo ótimo, sorri e mexe o cabelo, tentando localizar o cara que te chamou pra festa.
E aí o seu ex diz, todo cheio de sinceridade no coração:
- Estou feliz por você.
(Pausa para vômito)
Tá, tudo bem. Se você não sentisse mais nada pelo sujeito, aquele seria um momento sublime e maduro, onde dois adultos perceberiam que, apesar de não terem dado certo como casal, ainda se respeitam e genuinamente desejam o melhor um para o outro.
Mas, dane-se, você prefere ser infantil e pensa em várias sugestões de locais ermos onde ele pode enfiar a felicidade dele.
Para os rapazes, aqui fica o conselho. Se você dispensou a garota, o mínimo que pode fazer é se mostrar desconsolado ao vê-la com outro cara. Nem que seja de mentirinha. Só para a sua ex psicótica não ficar achando que é assim tão fácil de ser superada.
Estamos entendidos ou vou ter que desenhar caralhinhos voadores?

sábado, 26 de setembro de 2009

Francisco Cuoco morreu


Fiquei puta porque meus amigos disseram que eu não sabia mentir. É claro que eu sei mentir, já contei várias mentiras aqui no blog. "Ah, mas ao vivo você não consegue", disse um. "Você fica nervosa e começa a gesticular muito", a outra completou. "Gente, eu gesticulo sempre", tentei justificar, "descendência italiana, é assim que meu povo fala". Meus amigos me olharam com cara de tédio e me lembraram que eu sou judia e não tenho nenhuma ligação com a Itália. "Eu gosto de pizza, isso não conta?".
No dia seguinte, resolvi provar que sabia mentir e escolhi o melhor lugar do mundo para se começar um boato: o salão de beleza. Como eu não tinha planejado muito bem, acabei soltando a primeira coisa que me veio na cabeça:
- Francisco Cuoco morreu - disse à manicure.
- Francisco Cuoco morreu? - ela perguntou, surpresa.
- Morreu. Parece que eles estão segurando a imprensa, foi uma morte estranha. Eu nem devia estar falando isso...
- Cidinha! Cidinha!- gritava a manicure para a colega ao lado - Francisco Cuoco morreu!
Eu tinha provado que estava certa. Claro que eu sabia mentir. Só não esperava que minha mentira fosse tão boa. Em menos de uma semana, muita gente já estava sabendo da suposta morte do legendário ator. Só comecei a ficar realmente preocupada quando a velhinha sentada ao meu lado no ônibus veio puxar papo:
- É... Francisco Cuoco morreu... - ela disse, refletindo sobre sua própria condição de mortal.
- Não, minha senhora. Isso é só um boato - tentei reverter.
- Não é não, minha filha. Parece que eles estão segurando a imprensa, porque foi uma morte estranha...
"Ai meu deus", pensei, "eu matei o Francisco Cuoco!".
No dia seguinte, voltei ao salão de beleza para fazer as unhas de novo. Pé e mão. Vermelho 40 graus. Já estava indo embora quando adentrou no recinto praticamente uma assombração. Não podia ser. Era ele, em carne e osso, coração pulsante e respiração regular. Francisco Cuoco.
- Francisco Cuoco faz a unha? - perguntei curiosa à minha manicure que estava mais branca do que as minhas canelas albinas.
- Tão dizendo por aí que eu morri - ele contou. - Não sei quem começou essa história.
- Foi ela - a manicure me dedurou.
Não sabia o que fazer. Comecei a improvisar.
- Ah, você tava falando desse Francisco Cuoco? Eu tava falando do outro...
- Que outro? - ele rebateu - Não tem nenhum outro Francisco Cuoco.
- Uhh... alguém aqui tá sendo um pouquinho egocêntrico, né? - arrisquei - Já experimentou colocar seu nome no Google? Deve ter tipo milhões de Franciscos Cuocos e eu tenho certeza de que pelo menos um deles morreu.
Todos me olhavam confusos.
- Agora se vocês me derem licença, eu tenho que ir - disse, já me levantando. - Tô muito abalada. Acabei de saber que o Ney Latorraca morreu.
E com essa eu fui embora.
- O Ney Latorraca morreu? - Francisco Cuoco perguntou à manicure, que fez que não sabia.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Weiss Fühder


Eu era estranha na escola. Tá, eu sei! Eu ainda sou estranha. Deixe-me reformular, então. Eu era feia na escola. Toda errada. Pra começar, era muito alta pro resto da turma. Tão desproporcional que até a minha mãe admitiu que tinha uma certa vergonhinha de ir nas apresentações de fim de ano, porque eu parecia uma repetente oligofrênica. E isso porque ela é minha mãe, né!
Por ser muito alta, eu andava meio curvada, sabe, "Quasímodo style". Usava óculos, aparelho e, revendo as fotos da época, estou quase certa de que também usava um gambá morto no cabelo.
Minhas amigas eram todas bonitinhas e namoradeiras. Lembro na sexta série, quando elas já trocavam figurinhas, contando quem tinha ficado com quem. E, lógico, tinham aquelas meninas que todos os meninos queriam. Eram as mais nojentinhas, as mais cruéis, as que eu mais queria ser.
Felizmente, com o tempo, as coisas foram melhorando pro meu lado. Quando entrei pra faculdade, já não havia mais nenhum resquício daquele ser corcunda e com óculos enormes.
Quanto às mais bonitas da escola, soube que uma virou puta. Sério, é verdade. Outra engravidou novinha e hoje é mãe de dois filhos. A terceira, a que eu mais admirava, teve um destino super trágico. Foi morar na Alemanha com um cara rico...............
Ha-ha, se ferrou...............
Ah, fiquei puta! Não tão puta quanto a ex-coleguinha, apenas muito aborrecida. Não é justo! A pessoa não pode ser super popular e escrota na escola e depois se mudar pra Europa e viver na mordomia. A menos que esse lugar na Alemanha seja um campo de concentração, a vida não pode ser assim tão bacana.
Mas aí eu fui no facebook dela e fiquei ligeiramente aliviada. Não, a vida não é assim tão generosa mesmo. Quase não reconheci a beldade, dada a capa de gordura que cobria seu corpo. Aquele corpitcho que tantas meninas já quiseram ter e tantos meninos já quiseram (e provavelmente conseguiram) comer.
Toda estragadinha, coitada, parece tão velha. Mas, em respeito à amizade, não vou contar que os peitos dela se comunicam com o estômago via umbigo.
Alemanha, my ass! Weiss fühder, amigona!
Hoje eu me dou ao luxo de ser metida. De dar uma esnobada de vez em quando. Mas não tem um dia que eu me olhe no espelho e não veja a Natalia da escola. Acho que vou precisar de mais uns dez anos pra me livrar daquele gambá morto no meu cabelo. Já a minha amiga, vai precisar de umas dez intervenções cirúrgicas pra se livrar de tanta banha. Ainda bem que o maridão é rico.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Adorável Maternidade


Dia desses eu tava sentada no banco de uma praça quando um grupo de mulheres grávidas e com crianças pequenas se apropriou do meu espaço. Elas engataram um papo bacanérrimo sobre fraldas, babás e bichinhos de pelúcia hipoalergênicos.
Ao perceberem a minha presença, por alguma razão, presumiram que eu estava interessada em participar do debate.
- Você tem filhos? - perguntou uma delas, possivelmente a líder.
- Não... - respondi, sem forçar qualquer entusiasmo.
- Não é fácil cuidar de criança não, viu - admitiu. - Mas é ou não é uma coisa linda?
- Olha... - comecei - Vou te confessar uma coisa. Toda vez que eu vejo uma criança assim.... brincando com outras crianças... eu não consigo deixar de pensar: qual é a distância segura para não pegar piolho?
Acho que desde a oitava série eu não recebia tantos olhares de desprezo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Da Série: Rapidinhas da Psicótica


Por telefone, com um amigo:
- Homem quer pegar mulher, sempre - afirmei. - Não tô dizendo que ele pode, nem que vai. Mas que ele quer, ele quer.
- E as mulheres? - meu amigo questionou.
Sorri, ainda que ele não pudesse ver, e rebati:
- As espertas sabem disso e usam a favor delas.
- E as outras?
- As outras se casam.

Coisas que a gente deixa pra trás


Já fiz cada coisa idiota pra causar ciúmes em ex. Como da vez em que levei um amigo super GG (gatíssimo e gay) pro aniversário de um cara, só para ele pensar que eu estava de casinho com outro.
- Mas ele não é... gay? - perguntou meu ex, em tonzinho debochado.
- Não - respondi, abruptamente, enquanto o meu amigo soltava uma risada suspeita.
Imediatamente esmaguei o pé dele, numa ameaça velada para que ele parasse de dar pinta.
- Eu lembro que você chamava ele de GG - meu ex insistiu.
- Sim, sim. E você, a gente chama de PP - rebati, orgulhosa, esquecendo do plano e dando um hi-five ultra bicha com meu amigo.
- Não, peraí. Eu já vi esse cara agarrando outro cara. Mais de uma vez.
Fiquei muda por alguns instantes, sem contra-argumentos. Até que retomei o fôlego e soltei, de uma vez só:
- Lembra no ano novo, quando a gente bebeu uma garrafa inteira de tequila e começou a se pegar freneticamente? E aí meu dedo sem querer deu uma escorregada e você não reclamou nem nada?
Meu ex não rebateu mais.
- Teto de vidro, amigão. Teto de vidro...

domingo, 20 de setembro de 2009

A Sunday Smile


Foi de repente. Comigo sempre é assim, acontece do nada. Peguei meu celular e comecei a reler as mensagens salvas no rascunho. Aquelas que eu jamais tive coragem de enviar, mesmo com tanta vontade de dizer tudo o que estava escrito ali.
Havia mensagens destinadas a várias pessoas, mas uma delas insistia em aparecer com uma frequência desproporcional ao restante. Era ele. O "cara novo", que já deixou de ser novidade pra mim e pra todos que me cercam há um bom tempo.
Lembro muito bem da última vez que fui até a casa dele. Lembro melhor ainda de quando fui embora. De como eu disse que aquela provavelmente seria a última e ele ficou calado. Lembro dos meus passos até o elevador e do barulho da porta fechando atrás de mim, antes mesmo que eu virasse o corredor.
Foi tudo tão simbólico que chega a ser ridículo. Lá estava eu, indo embora da casa e da vida dele. E ele ali sem fazer nada. Quase como se não valesse o esforço. Como se a inércia fosse mais confortável.
Depois de reler cada uma daquelas mensagens, tentei me lembrar das razões que me levaram a escrevê-las. Não sei porque as guardei até hoje. Talvez porque ainda tivesse esperanças de que, num reflexo tardio, ele resolvesse abrir aquela porta, me segurar pelo braço e me impedir de ir embora.
Mas ele não fez isso, claro que não. Nem vai fazer.
Sem ter mais razão para dizer tudo aquilo, fiz o que devia ter feito há muito tempo.
Finalmente esvaziei minha caixa de rascunho. E me libertei.


Ando meio viciada em Beirut. A banda, não o sanduíche no pão árabe. Minhas preferidas são essa aí de cima e "Nantes".

sábado, 19 de setembro de 2009

Descoberto Stalker da Psicótica


Quem diria, é o Sting!

Atordoado com a pressão dos leitores, o stalker me enviou uma suposta carta anônima, escondida dentro de um pato de borracha, contendo os seguintes dizeres:

"Every breath you take
And every move you make
Every bond you break
Every step you take
I'll be watching you

Every single day
And every word you say
Every game you play
Every night you stay
I'll be watching you"


O caso já foi entregue às autoridades competentes e está sob os cuidados do Departamento de Clipes Cafonas em Preto e Branco.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Psycho Killer, Qu'est-ce que c'est?


Eu tenho um stalker.
Tem gente que tem encosto, tem gente que tem sogra, tem gente que tem irmão siamês. Eu não. Eu tenho um stalker.
Outro dia, entrei no contador do blog para checar a quantidade de acessos e me deparei com uma porção de números chamados IPs. Pelo IP, eu posso saber, dentre outras coisas, de onde veio cada click.
Só que eu fui notando uma certa frequência na aparição de um dos IPs. Uma frequência que ia se tornando cada vez mais assustadora enquanto eu percorria o histórico de visitas.
Assim... não é só o fato da pessoa acessar este blog umas oito, nove, dez vezes por dia. Todo dia. O mais intrigante são os horários que a criatura entra.
Ontem, por exemplo, meu stalker começou cedo. Umas 7:00h da manhã, ele já estava de prontidão e efetuou seu primeiro acesso. Depois disso, não parou mais. Tenho registros da entrada dele às 9:13h, 11:24h, 13:17h, 15:15h, 18:31h, 19:05h, 23:02h, 00:48h, 1:33h, 2:16h e 4:22h.
E como se isso não bastasse, no dia seguinte, lá estava ele de novo. Às 8:18h.
Curiosa que sou, comecei a acompanhar a saga desse sujeito, que parece não desistir da minha adorável psicose.
Chego a me questionar se ele é, de fato, humano. Porque a impressão que eu tenho é de que se trata de algum tipo de Exterminador do Futuro. E essa "coisa" não vai dormir, não vai comer, não vai parar até conseguir o que quer. Que é me matar, naturalmente. E olha que o IP dele é da minha cidade, sinal de que o perigo está bem próximo.
Hoje eu entrei no blog para dar uma olhada nos comentários e depois fui checar se havia novos acessos do meu stalker. Foi aí que eu me dei conta de que, pela coincidência de horários, o stalker era... na verdade...

eu mesma.

...

Ha! Mentira, mentira!
Não seria ótimo se a história terminasse assim?
Mas a verdade é que eu continuo tendo um stalker. E lanço um desafio! Eu desafio você, stalker, a se assumir! Caso contrário, vou inverter o jogo e começar a te procurar, caçá-lo feito uma gazela indefesa, onde quer que você se esconda. E se você for um cara bonitinho, provavelmente vou acabar te dando mole. Não que eu esteja assim tão desesperada. Porque eu não estou. Não faça essa cara. Quem é você pra me julgar, hein, stalker? Stalker, stalker!

Então... você tem planos pra amanhã à noite?

"Psycho Killer, qu'est-ce que c'est?
Fa fa fa fa fa fa fa fa fa far better
Run run run run run run run away"


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Meta Número Nove


Todo ano eu faço uma lista de objetivos que, obviamente, nunca são cumpridos. Destaque para a meta número 9: "Parar de ter relações imaginárias com caras impossíveis". Essa aí já me segue desde mil novecentos e noventa e... primeiro beijo. Mas quem disse que eu aprendo?
Há algumas semanas, reencontrei uma amiga que eu não via há mais de um ano.
- E aí, Natalia, como vão as coisas? Da última vez que te vi, você estava enrolada com o cara da moto que apareceu no seu aniversário. E agora?
Ela me pegou de surpresa. Até aquele momento, eu não tinha me dado conta de que em um ano as coisas não tinham mudado em nada pra mim. Afetivamente falando, mesmo depois de algumas voltas, eu continuava no mesmíssimo lugar.
Não me restou outra alternativa senão disparar, feito uma metralhadora:
- Eu gravei uma série baseada no meu blog e agora estou tentando vender, olha só que legal! - apelei, desviando o assunto.
No dia seguinte, por coincidência, acabei encontrando o próximo objeto da meta número 9. Aquele que, provavelmente, eu terei que me forçar a esquecer no ano que vem. Mas e daí, né?
Toda vez que ele fala comigo, eu ouço na minha cabeça a Rosemary Clooney cantando "Ba-Ba-Baciami Piccina".
- E aí, Natalia, como vão as coisas? - ele pergunta, enquanto eu escuto a musiquinha e fantasio que ele está dizendo:
- Você está absolutamente deslumbrante hoje.
Tá bom, tá bom, eu sei. Nenhum homem falaria isso, é uma frase muito gay. Mas a fantasia é minha e não faz o menor sentido eu querer que ele diga:
- Tu tá gostosa pra caralho hoje.
Embora eu não me importe que ele pense. Qualquer mulher que diga o contrário estaria mentindo. Mesmo assim, são bastante lamentáveis os dias em que os únicos que pensam isso são os pedreiros da obra em frente ao seu prédio.
Neste ano, a meta número 9 está muito bem localizada na minha lista. Ela está entre "correr na praia" e "controlar minhas finanças", sinal claro de que eu e meus objetivos ainda vamos nos ver bastante em 2010.

"Bah-bah, botch-a-me, bambino
Bah-bah-bo, bo, boca piccolino
When you kiss me and I'm a-kissa you
Tra-la-la-la-la-loo"




CENA GRAVADA diretamente da minha cabeça pelo TiVo Uma Alucinação

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Da Série: Confissões da Psicótica


Quando eu quero muito dizer uma coisa a alguém, mas sei que não devo, eu escrevo no celular e salvo junto com as mensagens não enviadas. É uma forma de tirar aquelas palavras de dentro de mim, ainda que eu não me livre totalmente do sentimento por trás delas.
Se alguém quiser bagunçar a minha vida sem fazer muito esforço, é só pegar meu celular e sair enviando as mensagens do rascunho. Estão todas lá, compondo meu dossiê secreto daquilo que nunca foi dito.
Quando eu tenho certeza de que não quero mais dizer aquilo, é porque chegou a hora de apagar a mensagem. E com ela, vai junto o sentimento.
Um dia ainda esvazio toda a caixa de rascunhos. Até lá, fiquem longe do meu celular.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Bela Axila...


Alguém já viu aquele comercial do Dove Hair Minimizing em que "mulheres reais" falam sobre os benefícios de ter uma axila bem tratada?
Assim...nada contra cuidar do sovaco, acho super válido cheirar bem... mas quando foi a última vez que você passou na rua e alguém comentou:
- Ô axila gostosa!
Quando?
Quer dizer, será que eu estou sendo ingênua? Será que esse tempo todo, enquanto eu me preocupava em ficar magra e domar meus cabelos rebeldes, o que os homens realmente queriam ver eram axilas bonitas? Ai meu Deus! Por que ninguém me disse antes? Vou agora mesmo na farmácia comprar esse bendito desodorante e tentar recuperar o tempo perdido!

PS: Eu pensei duas vezes antes de colocar a foto da Marilyn pagando peitinho, mas o Dove Hair Minimizing me convenceu de que as pessoas só iriam reparar nas axilas dela, então tudo bem. Eu, pessoalmente, só reparo no braço cotoco.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quem dá as cartas


Até que enfim apareceu um cara que faz tudo certo!
Outro dia mesmo, eu tive que desmarcar nosso encontro para ir a uma reunião de trabalho. O rapaz não apenas se mostrou super compreensivo, como ainda me ligou no dia seguinte para perguntar como tinha sido.
- Você só ligou pra isso? - questionei, chocada com o excesso de interesse.
- Sim - ele respondeu, sem hesitar.
E teve outra vez, quando ele viajou e mandou uma mensagem super bonitinha dizendo para eu não ficar com saudades. Um pouco pretensioso, talvez. Mas o que importa é que ele seguiu o manual direitinho e compareceu, mesmo que à distância.
Isso me fez imediatamente refletir sobre a verdadeira função deste blog. Ao listar as pequenas atitudes que os homens poderiam tomar para deixar a mulherada satisfeita, esta psicótica estaria ajudando a melhorar a compreensão pelo sexo oposto ou, ao contrário, estaria dando aos graciosos as ferramentas que faltavam para nos manipular completamente?
Porque um cara que só liga nos dias bons, chama pra sair em horários aceitáveis, age da forma que se espera e sempre fala o que você quer ouvir... só pode ser um canalha!
O cara que faz tudo certo é vinte vezes mais perigoso do que o pobre coitado que só faz merda. Enquanto o canalha regular some, não liga, não dá a devida atenção e deixa bem claro que é um babaca, o canalha profissional opera em outro patamar. Ele domina plenamente as artimanhas dos joguinhos afetivos e sabe muito bem o que precisa fazer para deixar a mulher nas suas mãos. Ou aos seus pés. Ou seja lá que extremidade ele preferir!
Sejamos realistas. Ninguém faz tudo certo à toa. Para agir da forma ideal, o sujeito precisa pensar no que vai fazer, no que vai dizer. Rola algum esforço. Mas para ser um idiota vacilão, ele não precisa fazer absolutamente nada. É só relaxar e deixar a natureza seguir seu curso.
Por isso que eu digo: no dia que os canalhas regulares entenderem como é fácil fazer tudo certo, eles terão o poder para se transformar em super canalhas profissionais. E eu que não quero estar aqui para testemunhar isso...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Psicose e Depilação


Por alguma razão de ordem cabalística, sempre acabo indo à ginecologista quando não estou depilada. E por alguma razão de ordem psicótica, sinto uma necessidade incontrolável de ficar me justificando:
- Não repara não, doutora, é que eu andei meio sem tempo essa semana, sabe como é que é, né...
Ela solta um riso bobo e diz que entende.
- Toda mulher passa por esse momento - ela completa.
Mas eu sei. Eu sei que ela passa o dia todo vendo xoxota e é muito pouco provável que esteja se importando com o estado da minha depilação. Só que, por via das dúvidas, prefiro não arriscar mais. A última coisa que eu preciso é ser conhecida como a "paciente Claudia Ohana".
Tipo:
- "Claudia Ohana" desmarcou? - pergunta a doutora.
- "Claudia Ohana" avisou que vai se atrasar - responde a secretária.
- Deve estar fazendo tererê lá embaixo...
As duas se olham sérias, mas não aguentam e começam a rir.
É por essas e outras que amanhã eu estarei completamente apresentável para o encontro com a minha médica. Quer dizer, completamente também não, né, que senão fica muito menininha.
Dra. Marcia, essa foi pra você!
 
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